quinta-feira, 4 de abril de 2013

Impressões sobre o Aberto de Miami


Caros amigos,

Gostaria de colocar minhas opiniões sobre o Master 1000 de Miami desse ano. Infelizmente não estive por lá e também não consegui assistir a todas as partidas, ou uma boa parte delas, acredito que acabei ficando na média da grande maioria dos telespectadores, que consegue ver uma ou duas partidas por dia, quando muito, pois felizmente temos que trabalhar. Mesmo assim, vejo que esse torneio teve alguns fatos diferentes dos últimos eventos, e quero ressaltá-los.

Sobre o tênis feminino, infelizmente, não consegui ver quase nada, meus horários não bateram. Sobre a final, uma pancadaria digna de tênis masculino, porém, na minha opinião, um pouco cansativo. As meninas, em sua grande maioria, jogam absolutamente da mesma forma, como já disseram e as vezes, me faz lembrar uma pista de dança onde toca aquelas músicas “bate-estaca”. Com raríssimas exceções, vemos um slice, uma curta, uma bola angulada (o Berdych é um ótimo exemplo masculino). Sou um entusiasta do tênis feminino, temos no Play Tennis a maior equipe de tênis social feminino de São Paulo, as tenistas atuais são musas do esporte, se vestem bem, lançam moda, são lindas, isso ajuda muito o esporte, acreditem, mas vejo o jogo meio chato, será que mudará? Não sei...

Tommy Haas
O maior contra-ponto dessa forma de jogar, inclusive no masculino, durante o torneio, foi Tommy Haas. O alemão sempre foi um jogador completo tecnicamente, possuidor de um tênis clássico, com os golpes perfeitos, sempre encantou a todos. Haas foi número 2 do mundo, porem teve lesões que o atrapalharam e apesar de ter um excelente ranking, não conseguiu ganhar grandes torneios. Muitos brincavam que ele era a versão alemã do Tim Henman, chegava muito perto, mas não conseguia vencer. Durante os jogos, deu uma aula de tênis, realizando todos os tipos de jogada e todos os golpes - slices, drop shots, subidas á rede, lobs. Quebrou o Djokovic num dia que esse também não estava nos seus melhores momentos, enfim, lavou a alma dos tenistas completos mais antigos que vimos em ação, como por exemplo: Ivan Lendl, Boris Becker, Yannich Noah, etc... e, com uma esquerda de uma mão muito bonita também!

Um dos diferenciais desse torneio, foi a não presença do Federer, do Nadal e a eliminação precoce do Djokovic, Del Potro e Tsong. Dessa forma a chave ficou totalmente aberta para todos os jogadores. Imagino que para os fãs do mundo inteiro que viajam para assistir o torneio seja uma frustração enorme, mas para o tênis acredito que seja muito bom. Outros jogadores chegando nas rodadas finais com chance de vencer é sempre saudável, agora, é claro que o nível técnico das partidas ficam um pouco abaixo. Penso, que o fato desses jogadores a partir do 5° lugar do ranking, não estarem tão acostumados mental e fisicamente a ir tão longe num torneio tão importante, reflita no jogo. Ninguém tira da minha cabeça que o Ferrer  “torceu” para aquela bola do match point a favor sair, ele estava na bola, tanto que a partir dali, desmontou mentalmente, independente das câimbras que sentiu, dos 10 pontos seguintes, ganhou apenas 1!!

Finalistas - David Ferrer e Andy Murray
Sobre a final, torci muito pelo Ferrer, ele merece vencer um grande torneio em sua carreira. Impressionante como estava desgastado no final do jogo. O Murray também, apesar de ele ter sempre aquela cara de dor e de ‘oh céus..oh vida”. Inclusive, vejo no Murray uma dificuldade em ganhar com facilidade dos adversários mais fracos, ele não se impõe, diferente dos outros 3 maiores da atualidade. Quem torce por ele, sofre mais que corinthiano! Na verdade, hoje cabe aos palmeirenses esse exemplo, rs...

Finalizando, enfim o Bellucci venceu duas partidas, tomará consiga encaixar uma boa sequência de jogos. Tênis é muito confiança, a pior coisa para um tenista é ficar perdendo, tomara, tomara...

E que venha a temporada de saibro, como será o desempenho do Nadal? Será que o Djokovic consegue vencer Roland Garros pela primeira vez? Veremos.

Abraços a todos!