segunda-feira, 31 de maio de 2010

Evolução

Por mais difícil que fosse a tarefa de Bellucci contra o ex-número 1 do mundo e provavelmente melhor jogador de saibro da história, não teve como não sofrer, torcer intensamente e até acreditar.

Bellucci está vivendo o melhor momento de sua carreira até aqui. Pela primeira vez passou da segunda rodada em um Grand Slam e foi além, chegou à quarta rodada e esteve presente na segunda semana do torneio. Com o resultado, alcançará sua melhor posição no ranking, deve ocupar a 24a posição. Seu jogo está cada vez mais sólido, suas bolas estão mais pesadas e ele está mais experiente.

Mas isso ainda não foi suficiente para surpreender Rafael Nadal. Jogar contra o espanhol, no saibro de Roland Garros é uma das tarefas mais difíceis do tênis. Jogar contra Nadal num jogo melhor de cinco sets, obriga qualquer adversário a jogar no limite durante no mínino três sets. No limite de concentração, no limite de agressividade, no limite físico, no limite da precisão, no limite de motivação, ou seja, tudo.

Todos sabem que ficar trocando bola com o espanhol é suicídio. É preciso atacar sempre que possível, mas para fazer isso é preciso ter bola, confiança, inteligência e não ter medo. Quem busca o ponto corre o risco de errar. O próprio Nadal é um jogador que ataca mais agora do que no começo da carreira. Quando ele percebeu que seu corpo necessitava de jogos mais rápidos, Nadal passou a atacar mais para encurtar os pontos e por consequência o tempo de suas partidas.

Bellucci até que atacou, mas ele próprio deve ter percebido que atacar o Nadal não é a mesma coisa que atacar o Ljubicic. É preciso um pouco mais, afinal Nadal está num outro plano.

Bellucci teve chances, mas pecou em detalhes e errou algumas bolas bobas que poderiam ter lhe dado oportunidades de colocar Nadal sob pressão. Não se pode perder essas chances contra o espanhol, até porque elas são raras, e Rafa parece amar pontos difíceis e decisivos.

Quando Nadal sacava para fechar o 2o set, Bellucci foi perfeito em sua agressividade e quebrou o saque do espanhol fazendo 5/5. No entanto, quando sacava no game seguinte, Bellucci deu a impressão de ter tirado um pouco o pé, abrindo assim a porta para Rafa ser agressivo e o quebrar de volta. O potente e eficiente saque do brasileiro não foi tão constante durante o torneio. Com apenas 55% de acerto do 1o saque contra Nadal, Bellucci perdeu a chance de incomodar mais com um de seus grandes golpes. Para se ter uma idéia, Nadal tem uma média de 74% de acerto do 1o saque no torneio.

Mas Bellucci conseguiu incomodar o espanhol. Em vários momentos da partida, vimos Nadal olhando para trás ao final de um ponto e encarando Bellucci com sua cara de enfezado. Vimos também Rafa comemorando intensamente alguns pontos como quem sentisse que a coisa não estava fácil. Ele mesmo admitiu que foi a partida mais difícil até então no torneio.

O brasileiro está de parabéns. Foi incrível vê-lo jogar e empolgar a torcida brasileira que há tempos não sentia esse gostinho de torcer por um jogador com chances de ir longe em torneios importantes. Parabéns também para João Zwetsch pelo trabalho que tem feito com o Bellucci. É visível a evolução nesse último ano. Confesso que não acreditava que veríamos o Thomaz entre os 20 do mundo, mas assumo que estou mudando minha opinião. Sorry Bellucci por não ter acreditado tanto em você antes, mas fico feliz de ver você me provar errado!

Não Esqueçam do Costão!

No dia 29 de Março, escrevi uma matéria sobre a 1a Clínica de Tênis Play Tennis - Costão do Santinho, em Florianópolis. Uma equipe de seis professores do Play Tennis irá até o melhor Resort de Praia do Brasil para ministrar uma semana de muito tênis.

Gostaria apenas de lembrar e reforçar o evento. Hoje tivemos mais uma reunião com o Addo, responsável pelo evento, falamos também com o Meligeni para fechar a data, e está tudo confirmado!

Será uma semana fenomenal. De 04 a 11 de Julho teremos treinamento de quadra, preparação física leve, palestras e ao final da semana um torneio para colocar em prática tudo que foi aprendido. Isso sem contar nas atividades extra tênis que o Costão do Santinho oferece.

Essa é uma grande oportunidade de exercitar, relaxar, confraternizar, conhecer pessoas novas e passar um tempo com a família num lugar paradisíaco. E se tudo der certo, torceremos juntos para o Brasil na semifinal da Copa!

Não deixe para fazer sua inscrição na última hora, pois o número de vagas é limitado. Quem perder vai se arrepender. Saiba mais sobre o evento na matéria anterior. Clique aqui para ler.

domingo, 30 de maio de 2010

1a Semana em Paris

A primeira semana de Roland Garros chegou ao fim. Tivemos algumas surpresas até agora, mas nenhuma delas muito chocante.

Como era de se esperar, Rafael Nadal segue tranquilamente sua jornada. Em três jogos, não perdeu nenhum set. Seu jogo mais equilibrado foi na terceira rodada contra o ex-número 1 do mundo, Lleyton Hewitt. O australiano fez grande partida, mas não resistiu à regularidade, velocidade, mobilidade, potência e força mental de Nadal.
O próximo jogador que terá a oportunidade de desafiar a hegemonia de Rafa no saibro é o brasileiro Thomaz Bellucci. O brasileiro quase disse adeus na 2a rodada contra Pablo Andujar quando o jogo foi para o 5o set. Passado o susto e o risco de não conseguir quebrar o tabu de nunca ter avançado além da 2a rodada em Grand Slams, Bellucci conseguiu um desempenho muito mais convincente contra o experiente Ivan Ljubicic. Jogando com agressividade e sem medo, Bellucci soube aproveitar os problemas físicos do croata, e levou a vitória em três sets.
A grande pergunta é se Bellucci tem condições de enfrentar Nadal de igual para igual. Ele sem dúvida está muito mais preparado do que dois anos atrás quando se enfrentaram na 1a rodada do Grand Slam francês, mas não creio que é o suficiente para vencer. Acho que Nadal precisa estar num dia ruim e o brasileiro num dia excepcional e com a cabeça em ordem. Mas apesar de pequena as chances existem, vamos torcer. Eles jogam nessa segunda, no terceiro jogo da quadra central.

Roger Federer também segue sem problemas em busca do título e da manutenção da liderança do ranking que lhe dará mais um recorde caso chegue às semifinais. Em quatro jogos, também não perdeu nenhum set. Agora ele enfrenta o sueco Robin Soderling, que se tornou o grande nome de Roland Garros ano passado quando eliminou Rafael Nadal. Soderling segue em boa fase e pode complicar a vida do suíço.

Na parte de baixo da chave, temos duas grandes surpresas. O russo Teimuraz Gabashvili, apenas 114o do ranking que está na 4a rodada. Ele chegou até ai após eliminar Andy Roddick. Roddick teve um começo de ano brilhante com dois títulos e duas finais, mas não jogou nenhum torneio da temporada de saibro. Seu último torneio havia sido no Masters 1000 de Miami em Março. Outro nome surpreendente é Robby Ginepri. Ele já chegou a ser 15o do ranking, mas atualmente é apenas o 98o. O americano eliminou Sam Querrey na 1a rodada e Juan Carlos Ferrero na 3a. Na próxima partida desafiará Novak Djokovic que não vem fazendo um torneio convincente. Se o sérvio não jogar bem, é capaz de ter uma surpresa desagradável.
Alguns jogadores cotados a ir longe no torneio foram ficando pelo caminho. Além dos já mencionados, David Ferrer perdeu para Jurgen Melzer, Tsonga abandonou a partida hoje contra Mikhail Youzhny para tristeza da torcida francesa. Fernando Gonzalez que eliminou o brasileiro Thiago Alves na 1a rodada, foi eliminado logo em seguida por Alexandr Dolgopolov Jr. Gael Monfils também perdeu na 2a rodada para Fabio Fognini em uma partida que foi interrompida por falta de luz natural quando estavam em 5/5 no 5o set. Monfils que mal andava em quadra, ganhou uma noite de descanso, mas que não foi o suficiente. Acabou perdendo 9/7. O britânico Andy Murray acabou de ser eliminado por Tomas Berdych em três sets. Não chega a ser espantoso, afinal o saibro não é a surperfície predileta de Murray e ele também não vem em grande fase. A última derrota que considero inesperada foi a de Ernest Gulbis para o veterano francês Julien Benneteau logo na 1a rodada.

Na chave feminina, o grande vexame ficou por conta de Dinara Safina que perdeu logo na 1a rodada para Kimiko Date Krumm, japonesa de quase 40 anos. Venus Williams que chamou mais atenção pelo seu vestido, do que pelo seu jogo, perdeu hoje para Nadia Petrova. Radwanska, Azarenka e Zvonareva foram outras jogadoras que perderam para jogadoras que não eram cabeças de chave. De resto, a chave feminina vem transcorrendo sem grandes surpresas.

Falando mais um pouco de Brasil, a dupla mineira Marcelo Melo e Bruno Soares proporcionou um grande momento na chave de duplas. Eles eliminaram na 2a rodada os líderes do ranking, Bob e Mike Bryan e com isso adiaram o 62o título da dupla e recorde absoluto de títulos. Na rodada seguinte eles eliminaram os italianos Bracialli e Starace e agora pegam nas quartas de final Julian Knowle e Andy Ram, cabeças de chave #10. André Sá também está indo bem com seu novo parceiro, o australiano Stephen Huss. Eles estão na 3a rodada e enfrentam a dupla cabeça de chave #6 do torneio.

A primeira semana não foi tão empolgante. Eu particularmente não tive o privilégio de assistir nenhuma partida de tirar a chapéu. Talvez a melhor tenha sido entre Nadal e Hewitt. Mas quem sabe nessa 2a semana, com os cabeças de chave se enfrentando, teremos partidas mais equilibradas e de melhor qualidade técnica!

sábado, 29 de maio de 2010

Soltando a Voz!

Raramente o público tem acesso a momentos de descontração dos jogadores. Mas o famoso Jukebox de Roland Garros propicia essa oportunidade. Abaixo temos alguns vídeos de jogadores cantando karaokê no Grand Slam francês.

Não poderia deixar de começar com Novak Djokovic, famoso por suas imitações em quadra, o sérvio resolveu se transformar na cantora Shakira, em Gypsy, no qual tem como par romântico no videoclipe o tenista Rafael Nadal. Para o papel de Nadal, tivemos o também sérvio Victor Troick. Hilariante.

O segundo vídeo é na verdade uma surpresa. Não pela qualidade da performance, mas sim por ser Robin Soderling. Jamais imaginaria que o sueco faria algo desse tipo. Ele cantou Gimme Gimme Gimme do ABBA, mas como podemos ver, gingado não é o seu forte!

Se bem que maior surpresa ainda foi ver o jogador mais sem graça, mais sonso do circuito contando num karaokê. Você já deve saber de quem estou falando. O britânico Andy Murray. Pois é, Murray se transformou em Michael Jackson para cantar I Want You Back. Pelo menos a música foi a melhor.

E que tal uma música em japonês? Diretamente da terra do karaokê, o japonês Kei Nishikori também entrou na brincadeira para cantar um top hit da terra do sol nascente.

Para finalizar, o francês Jo-Wilfried Tsonga cantou I Gotta a Feeling do Black Eyed Peas.

Definitivamente esse não é o forte de ninguém. Todos fazem um trabalho muito melhor nas quadras do que nos palcos, com exceção um pouco de Djokovic que tem também uma veia artística. Mas valeu a diversão!

domingo, 23 de maio de 2010

Saibro Sagrado de Roland Garros!

As duas melhores semanas do tênis no ano chegaram. Ao menos em minha opinião. Roland Garros é disparado meu torneio favorito. Mistura de excelentes e disputados jogos, saibro, charme do complexo, beleza de Paris, primavera no hemisfério norte e talvez influenciada também pela gloriosa história brasileira no torneio me fazem querer ficar na frente da televisão por duas semanas inteiras.

No ano em que Gustavo Kuerten venceu pela primeira vez o torneio, em 1997, lembro-me de ter achado com mais dois amigos um depósito esquecido na escola e nele uma TV velha. Conseguimos fazê-la funcionar e durante os jogos de Guga cabulávamos as aulas para assistir as transmissões da Manchete. Ao longo da semana, as pessoas começaram a sentir falta de nossa barulhenta presença em aula, e o número de telespectadores foi aumentado. Quando a diretora percebeu o que estava acontecendo, era tarde demais para conter a empolgação de todos com as atuações magníficas do manézinho da ilha.

Em outro ano, lembro-me de não ter tido aula por vários dias seguidos devido ao feriado de Corpus Cristi. Chovia muito e fazia muito frio em São Paulo. Eu e meu pai colocamos colchões na sala e por lá ficamos durante uns cinco dias seguidos, das 6h da manhã quando começavam as transmissões, até o último ponto do dia!

Mas histórias pessoais a parte, vamos ao que interessa.

Depois de reinar absoluto por quatro anos seguidos, Rafael Nadal perdeu seu reinado para Robin Soderling em 2009, mas quem assumiu o trono foi Roger Federer que conquistou justamente o título que lhe faltava.

Nadal chega mais um ano a Paris como o grande favorito. O espanhol ganhou os três torneios mais importantes no saibro que antecedem a RG, perdendo apenas dois sets em 15 partidas. A chave de Nadal não me parece difícil. Algum desafio deve aparecer nas quartas de final quando pode pegar Gonzalez, Almagro ou Verdasco. Na semifinal pode pegar Djokovic, Ferrer ou Roddick.

Mesmo sem ter demonstrado grande tênis no saibro até o momento, Federer é sempre o segundo candidato ao título. Esse ano o suíço tem uma motivação diferente. Uma campanha desastrosa pode significar a perda do posto de número 1 do mundo, e com isso o adiamento da quebra de mais um recorde, o de jogador que mais tempo ficou na liderança do ranking. Federer poderá ter Wawrinka ou Monfils na 4a rodada. Nas quartas de final poderá pegar Soderling, Cilic ou dois jogadores que já o venceram esse ano, Montanes ou Gulbis. Já a semifinal me parece um pouco mais tranquila. Pode ter pela frente jogadores que não vêm enfrentando uma grande fase como Murray, Tsonga e Robredo.

Dos 128 jogadores na chave, 11 deles já ganharam torneios no saibro esse ano. São eles: Rafael Nadal, Fernando Verdasco, David Ferrer, Juan Carlos Ferrero, Stanislas Wawrinka, Mikhail Youzhny, Thomaz Bellucci, Sam Querrey, Juan Ignacio Chela, Albert Montanes e ontem tivemos mais um, Richard Gasquet. Desses, acredito que apenas Nadal, Verdasco e Ferrer podem fazer estrago.

Dos três brasileiros na chave principal, apenas Thomaz Bellucci tem chances reais de avançar. Ele pode pegar Ivan Ljubicic na 3a rodada e se avançar, pegar Nadal na rodada seguinte. Ricardo Mello pega Cilic logo na primeira rodada e Thiago Alves que furou o quali, enfrenta Fernando Gonzalez também na estréia.

Durante o torneio, escreverei uma matéria com curiosidades e estatísticas do torneio. Enquanto isso vamos curtir esse torneio maravilhoso.

Qual sua opinião para Roland Garros? Quem será o grande campeão esse ano?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Férias Forçadas!

Muitas pessoas têm me perguntado sobre Juan Martin Del Potro. O que aconteceu com ele? Por onde anda? E como mesmo sem jogar desde o Australian Open, ele continua em 5o lugar do ranking?

Delpo sofreu uma contusão no pulso e esperava se recuperar apenas com tratamento. Após quatro meses e pouca melhora, o argentino resolveu operar no início de maio. A cirurgia foi bem, mas vai tirar Del Potro não só de Rolando Garros e Wimblendon, como também do US Open, onde defende o título. A previsão de retorno as quadras ficou para novembro no Masters 1000 de Paris.

Mesmo com tanto tempo longe das quadras, Delpo se mantém na 5a posição do ranking desde o começo do ano. Isso é possível pois ao final do Australian Open, seu último torneio antes da contusão, ele possuía uma boa vantagem para o 6o colocado, Nikolay Davydenko que também se contundiu e não joga desde Indian Wells. Outros jogadores como Andy Roddick, Robin Soderling e Fernando Verdasco que vêm com boas atuações no ano, subiram no ranking e aumentaram seus pontos, mas a diferença ainda era muito grande.

A primeira parte do ano não foi o problema para Del Potro, pois ele possuía "apenas" 1295 pontos para defender e sua vantagem era grande o suficiente para segurar a posição. O problema passa a ser de Rolando Garros para frente. No saibro francês Delpo defende 720 pontos da semifinal, 500 pontos do título no ATP 500 de Washington, 600 pontos da final do Masters 1000 do Canadá, 2000 pontos do título no US Open, 180 pontos das quartas de final do Masters 1000 de Paris, 800 pontos pela final do ATP Finals em Londres e mais uns picados. Ou seja, ele tem um total de 4855 pontos a defender até o final do ano.

Se ele retornar no Masters 1000 de Paris em novembro, ele conseguirá defender apenas os 180 pontos desse torneio, já que não participaria do ATP Finals. Com isso ele perderia praticamente todos os 5185 pontos que possui atualmente.

Del Potro pode pedir proteção de ranking que o permitiria retornar jogando os grandes torneios mesmo tendo perdido seus pontos e estando com ranking baixo. Mas todos sabem que retornar de contusão e especialmente cirurgia não é algo que acontece tão naturalmente, o jogador fica com receio e até se soltar e pegar ritmo de jogo novamente, pode levar um tempo. Logo, acho que podemos esperar Delpo apenas para o ano que vem. Uma pena, pois estava sendo um grande prazer vê-lo jogar e soltar seus tiros para todos os lados!

Boa recuperação Delpo!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

He's Done it!

"He's done it". Essa foi a frase que mais ouvi nesse vídeo feito pela ATP em comemoração ao recorde de 18 títulos em torneios da série Masters 1000 alcançado semana passada por Rafael Nadal em Madri.

Assista ao vídeo e relembre um pouco desses 18 momentos gloriosos do espanhol.



Vamos ver quantos mais ele vai adicionar no currículo até o final da carreira. Parabéns Rafa!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Exterminadores de Recordes

Fazia exatamente um ano que o mundo não via a maior rivalidade do tênis atual e uma das maiores de todos os tempos em ação. Foi justamente no Masters 1000 de Madri de 2009 que Federer e Nadal se enfrentaram pela última vez.

De lá pra cá, vimos Federer quebrar o recorde de maior vencedor de Grand Slams e ainda abrir vantagem sobre Sampras. Mas dessa vez quem poderia estabelecer uma nova marca era Nadal. Seu objetivo era deixar Andre Agassi para trás e se tornar o maior vencedor de Masters 1000 da história. Ele começou o ano com 15 títulos, dois atrás de Agassi. Com os títulos em Monte Carlo e Roma, o espanhol empatou com o americano. Mas para colocar o nome na história, Nadal teria que derrotar seu grande adversário. O mesmo que o havia derrotado um ano atrás.

O jogo foi equilibrado, mas não foi aquilo que todos esperavam. Ambos os tenistas pareciam tensos. Mais erros do que o normal e menos pontos mirabolantes do que de costume. Mas ainda assim foi melhor do que boa parte dos jogos que vemos no tour. Vimos um Nadal agressivo, puxando top spins tão altos e fundos que impediam Federer de jogar em cima da linha de base. Em muitos momentos o suíço estava quatro, cinco passos atrás, o que é algo extremamente raro e o incomoda bastante. Federer teve suas chances, conseguiu quebrar o serviço de Nadal três vezes, e teve a chance de quebrar outras tantas, mas por quatro vezes permitiu que Nadal o quebrasse de volta. Federer abusou das deixadinhas, um golpe arriscado por natureza, ainda mais contra um jogador tão veloz como Nadal, mas mesmo assim Federer obteve sucesso.

No fim das contas, o Rei do Saibro manteve seu reinado e ainda o ampliou. Não só passou a ser o maior vencedor de Masters 1000, como se tornou o único jogador na história a vencer os três Masters 1000 no saibro (Monte Carlo, Roma e Madri) na mesma temporada. De quebra Rafa reassumiu a 2a posição no ranking que vinha sendo ocupada por Novak Djoko
vic. Isso garante Federer e Nadal em chaves diferentes em Roland Garros daqui uma semana, possibilitando o 22o encontro entre os dois numa eventual final.

Com essa vitória, Nadal acumula 15 vitórias no saibro esse ano e apenas dois sets perdidos. Jogando apenas torneios selecionados e sendo mais objetivo em seus jogos, Nadal chega sem grandes desgastes a Rolando Garros e é sem dúvida o grande favorito. Se vencer, poderá completar o que os europeus estão chamando de Clay Slam, conquista dos quatro torneios mais importantes do saibro no mesmo ano.

Federer por sua vez teve um começo difícil no saibro. Não jogou em Monte Carlo, perdeu na primeira rodada em Roma e em Estoril, torneio sem grandes nomes onde ele era o favorito absoluto, foi surpreendido
na semifinal por Albert Montañes, um jogador apenas mediano. Madri foi um bom teste e importante para sua evolução. Devolveu a derrota para o talentoso e confiante Ernest Gulbis, bateu David Ferrer que é o jogador que mais venceu no saibro esse ano e fez jogo duro com Nadal na final.

Em Roland Garros, Federer terá uma pressão extra para lidar. Se o suíço perder antes da semifinal e Nadal for campeão, o posto de número 1 do ranking volta a ser do espanhol e Federer não conseguirá ultrapassar Sampras como o jogador que mais tempo permaneceu na liderança do ranking. Fe
derer está a três semanas de quebrar o recorde que é de 286 semanas. No mínino, ao final de Roland Garros ele irá empatar o recorde, mas para quebrá-lo, precisa chegar pelo menos à semifinal. Será que teremos mais um recorde batido?

Deixo três perguntas no ar: Quantos títulos de Masters 1000 Rafael Nadal terá ao final de su
a carreira (lembrando que Rafa tem 18 títulos e apenas 23 anos. Agassi ganhou seu 17o título de Masters 1000 com 34 anos)? Roger Federer irá quebrar o recorde de Sampras ao final de Roland Garros? E, quem será o campeão no Grand Slam francês?

domingo, 16 de maio de 2010

Show do Passado!

Ontem fui presenteado pelo Giba com dois ingressos para o terceiro dia do Grand Champions Brasil, 5a etapa do circuito de veteranos da ATP. Uma excelente surpresa que me proporcionou assistir de perto grandes nomes do tênis do passado.

São Paulo recebe uma etapa do circuito desde 2007. O torneio já foi vencido por Sergi Bruguera, Pete Sampras e Thomas Enqvist. Esse ano contou com a participação de Yevgeny Kafelnikov, Thomas Enqvist, Wayne Ferreira, Guy Forget, Paul Haarhius e o brasileiro Jaime Oncins.

No primeiro jogo da noite tivemos Enqvist contra Ferreira. O jogo teve muitos erros não forçados, mas com direito a pontos que mostram o porque os dois estiveram entre os 10 melhores do mundo. Enqvist, sueco de 36 anos chegou a ser o 4o do mundo, conquistou 19 títulos de simples, entre eles os Masters 1000 de Paris, Stuttgart e Cincinnati (na época ainda era chamado Masters Series). Enqvist ainda foi finalista no Australian Open em 1999 quando perdeu justamente para seu companheiro de torneio Yevgeny Kafelnikov. Já o sul africano Wayne Ferreira alcançou a 6a posição no ranking e venceu 15 torneios, sendo dois Masters 1000 (Stuttgart e Canada).

O segundo jogo foi mais interessante, mais disputado e com menos erros. Chamou atenção também por três outros fatores. O incrível slice de Guy Forget, o mais bonito, baixo e veloz que já vi ao vivo. O forehand de Kafelnikov, o mais feio que já vi e que me deixou perguntando como ele consegue bater daquela forma, especialmente bolas baixas. E por último, o tamanho do russo. Ele é o Ronaldo do tênis, deve ter comido uns 20 tubos de bola. Na revista oficial do torneio diz que ele está com 84kg. Esse peso ele deve ter da cintura pra cima.

Mas brincadeiras a parte, foi fenomenal ver o russo jogar. Ele foi número 1 do mundo por seis semanas em 1999, numa época em que disputava com ninguém menos que Pete Sampras, Andre Agassi, Patrick Rafter e companhia. Dono de 26 títulos de simples e 27 de duplas, Kafelnikov tem dois Grand Slam currículo, Roland Garros em 1996 e o Australian Open em 1999. E foi na Austrália que ele conquistou no ano seguinte as Olimpíadas de Sidney. O russo travou grandes batalhas com Gustavo Kuerten. Foram 12 jogos, com sete vitórias do brasileiro. Curiosamente, nos três títulos de Guga em Rolando Garros, Kafelnikov esteve na chave do brasileiro em todas e perdeu as três vezes nas quartas de final. Era o talismã do Guga em Paris.

Guy Forget, o mais velho da turma com 45 anos, mas talvez o mais em forma. O francês, nascido no Marrocos, chegou a ser 4o do ranking, conquistou 11 títulos de simples e 28 de duplas. Seu melhor ano foi em 1991 quando conquistou seis títulos, entre ele os Masters 1000 de Paris e Cincinnati.

Gostaria de ter assistido esses jogadores em ação nos grandes torneios, no auge de suas carreiras, mas ainda vale a pena. Tenho certeza que todos que compareceram ao WTC ontem saíram do torneio com vontade de ir para quadra.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Caminho das Índias

Após vitória tranquila sobre o Uruguai no último final de semana pelo Zonal Americano da Copa Davis, o Brasil agora vai ao 2o país mais populoso do mundo enfrentar a Índia.

O sorteio foi bom para o Brasil. Das possibilidades que tínhamos, em teoria, a Índia é um dos mais fracos. O indiano mais bem ranqueado é Somdev Devverman, #109 do mundo. Apesar de já ter 25 anos, Devverman se tornou profissional apenas em 2008 após ter se formado pela Universidade da Virginia, nos EUA. Ele foi duas vezes campeão universitário, sendo que uma das vezes ganhou de John Isner que era jogador da Georgia. A
té hoje o indiano nunca ganhou um partida da Davis, somando três derrotas.

O jogador número dois do time indiano é uma incógnita. Na partida pelo Grupo Mundial ano passado contra a Rússia, a Índia contou com Rohan Bopanna, que é apenas o 8o melhor jogador da Índia em termos de ranking, ocupando o 490o lugar. De qualquer maneira, o 2o melhor ranqueado é apenas o 266o do mundo.

Mas a força da Índia está mesmo em sua dupla. Leander Paes e Mahesh Bhupathi, 6o e 7o do ranking respectivamente. Paes já conquistou 43 títulos de duplas, sendo 23 d
eles com Bhupathi e esteve em 30 finais. Bhupathi já foi campeão de duplas 45 vezes e esteve em outras 35 finais. Em confrontos da Davis, a parceria rendeu 24 vitórias e apenas duas derrotas. Ambos já são veteranos e estão na casa dos seus 37 anos, mas os dois estão em forma e ainda conquistando títulos importantes.

Jogar fora de casa, com torcida contra e provavelmente num piso de grama, não será uma tarefa fácil. A dupla brasileira formada por Marcelo Melo e Bruno Soares é excelente, mas terá uma missão duríssima contra Paes e Bhupathi. Precisarão de
entrosamento e que Melo acerte as mudanças que está fazendo em seu saque. O Brasil conta mesmo com que Bellucci garanta seus dois pontos para tentar buscar o terceiro em algum dos outros jogos.

Não acho que será fácil como ouvi algumas pessoas falando, mas acho que é bastante possível. Vamos repetir a dose de 1991 quando o Brasil derrotou a Índia no Clube Pinheiros, em São Paulo. Naquela época, o Brasil foi representado por Jaime Oncins, Luiz Mattar, Nelson Aerts e Fernando Roese. Vencemos por 4-1 e nossa única derrota foi nas duplas, justamente contra Leander Paes.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Semana de Recordes?

O mundo começa a semana com a possibilidade de ver dois recordes do tênis serem quebrados. E a pessoa que poderá colocar o nome na história, mais uma vez, é o espanhol Rafael Nadal.

Se o Rei do Saibro vencer o Masters 1000 de Madri, ele se tornará o maior vencedor da história em torneios da série Masters. Série essa que já foi chamada de Super 9 na época que eu era criança, depois passou a ser Masters Series e agora se chama Masters 1000.

Atualmente ele está empatado com Andre Agassi com 17 títulos. A quebra do recorde pode vir apenas duas semanas depois dele ter alcançado a marca do americano quando venceu o Masters 1000 de Roma.

O outro feito que pode ser conquistado com a vitória em Madri é a conquista do que podemos chamar da Tríplice Coroa do Saibro. Ele seria o primeiro jogador da história a vencer os três Masters 1000 disputados no saibro no mesmo ano, Monte Carlo, Roma e Madri (que até 2008 era disputado em Hamburgo e Madri era jogado em quadra indoor no 2o semestre e que atualmente é Xangai). Nadal já teve essa oportunidade em 2005, 2006, 2007, 2009 e tem novamente esse ano.

No único ano em que ele conseguiu a vitória em Hamburgo/Madri (terceiro torneio no saibro), ele não conquistou Roma, perdendo na segunda rodada para Juan Carlos Ferrero.

Ano passado, Rafa chegou exausto a final contra Federer após uma vitória espetacular sobre Djokovic na semifinal que teve duração recorde de 4h05m. Esse ano Nadal deve chegar mais descansado, pois deixou de jogar em Barcelona, onde foi campeão de 2005 a 2009, para descansar. Ele jogou apenas os torneios de Masters 1000, tendo uma semana de descanso entre eles.

Será que teremos quebras de recorde essa semana? Espero que sim, O Touro merece!

Passeio na Davis

Fazia muitos anos que eu não ia a um confronto da Davis. Estou tentando me lembrar e se não me engano o último foi entre Brasil e Áustria em 96, onde houve toda aquela confusão com Thomas Muster. Lembram? Faz tempo mesmo hein?!

Brasil e Uruguai que aconteceu no último final de semana com certeza não foi um confronto tão disputado, intenso e turbulento. Muito pelo contrário, a fraca equipe Uruguaia, veio para o Brasil sem seu principal jogador, Pablo Cuevas, e trouxe a impressão de que estavam aqui apenas para cumprir tabela. Apenas uma tragédia apocalíptica poderia tirar essa vitória do Brasil.

O Uruguai possui apenas cinco jogadores no ranking da ATP. Pablo Cuevas, número 57, resolveu jogar o ATP 250 de Estoril e deixou a bomba para Marcel Felder, 267o do ranking, seu irmão Martin Cuevas, 853o do ranking e Ariel Behar, apenas 1131o.

Além de contar com Thomaz Bellucci, o Brasil ainda teve Marcos Daniel na simples e a forte dupla Marcelo Melo e Bruno Soares. Os jogos foram tranquilos, sem sustos e também sem grande beleza. O público compareceu à bela Bauru e agitou as arquibancadas.

Agora, o Brasil aguarda para saber qual será seu adversário nos Playoffs (repescagem) para o Grupo Mundial. As opções são: Suíça, Israel, Equador, EUA, Alemanha, Suécia, Austrália ou Índia.

Contra a Suíça, o confronto seria disputado no Brasil. Nessa situação, saltam aos olhos a possibilidade de ter Roger Federer jogando em terras tupiniquins, o que seria maravilhoso para o público, mas não muito em termos de resultado. Afinal, além de Federer, a Suíça possui Stanislas Wawrinka.

No caso de Israel iriamos para o sorteio para definir a sede. O Brasil teria boas chances de vencê-los independente do lugar.

Todos os outros confrontos seriam em terras estrangeiras. A verdade é que nenhum dos adversário brasileiros passa por um excelente momento. Equador seria a melhor opção apesar da derrota no ano passado. Alemanha já não é a potência de outrora, apenas de possuir nove jogadores entre os 100 melhores do mundo. A Suécia conta apenas com Robin Soderling, mas é um jogador forte o suficiente para carregar um time. A Austrália, 2a maior vencedora de títulos da Davis, conta principalmente com o já decadente, porém ainda perigoso Hewitt. A Índia não possui nenhum jogador entre os 100 do mundo, mas conta com uma dupla fortíssima. O EUA é possivelmente o adversário mais complicado. Além de Andy Roddick, possui Sam Querrey e John Isner que estão em forte ascensão.

A questão é que contra todos esses adversários teríamos que contar com as vitórias de Bellucci e com uma bela atuação de Melo e Soares nas duplas. Outro problema é que nos confrontos fora do Brasil o piso escolhido, dificilmente será o saibro.

A tarefa é complicada, porém não impossível. O próximo confronto acontece apenas em Setembro. Até lá Bellucci estará ainda mais experiente, terá jogado mais jogos contra grandes nomes, em grandes torneios e estará mais acostumado com a pressão. A dupla Melo e Soares estará mais entrosada. Acredito que podemos surpreender.

4o ENCONTRO NACIONAL DE TÊNIS

Durante a Copa Davis em Bauru, a CBT promoveu mais uma capacitação para profissionais da área, principalmente treinadores. O excelente trabalho que vem sendo feito por Cesar Kist e toda a equipe da capacitação reuniu inúmeros treinadores antes e após os jogos da Davis. Ao todo foram 12 palestras que trataram dos mais diversos assuntos, desde assuntos técnicos até administrativos.

Oito pessoas do Play Tennis estiveram presentes. Glauco, Adriano, Alann, Martim, Douglas, Daniel, Fabinho e eu.

domingo, 2 de maio de 2010

País do Saibro

Quem vê os espanhóis jogando no saibro imagina que na Espanha não existe nenhuma outra superfície a não ser saibro. As ruas são de saibro, não existe asfalto. Nos parque, não há grama, apenas saibro. O piso das casas e escritórios são todos feitos de saibro. Lá as pessoas não andam e param normalmente como em outros lugares do mundo, elas correm e param escorregando.

Até o momento foram disputados nove torneios no saibro, seis deles foram vencidos por espanhóis, sendo que quatro com final entre dois espanhóis.

Juan Carlos Ferrero foi campeão do ATP 250 da Costa do Sauípe, campeão do ATP 250 de Buenos Aires e vice campeão ATP 500 Acapulco. David Ferrer perdeu na final para Ferrero em Buenos Aires, mas deu o troco no ATP 500 de Acapulco. Essa semana ele chegou a sua primeira final de Masters 1000 em Roma, mas perdeu para o Rei do Saibro.

Rafael Nadal também conquistou o Masters 1000 de Monte Carlo com uma atuação impecável, foi campeão sem perder um set sequer. Ele massacrou na final seu compatriota Fernando Verdasco. Verdasco por sua vez se redimiu, aproveitou a ausência de Nadal e conquistou o ATP 500 de Barcelona na semana seguinte.

Com o título em Roma, Nadal iguala a marca de Andre Agassi com 17 triunfos em Masters 1000, deixando para traz Roger Federer com 16.

Tirando Nadal que até o momento no ano está com 10 vitórias e nenhuma derrota no saibro, outro grande destaque que vem chamando a atenção é Fernando Verdasco. Foram 15 vitórias e apenas três derrotas. Um título, uma final, uma semifinal e uma quartas de final. Isso sem contar o desempenho nas quadras rápidas.

Seria injusto não falar da campanha de David Ferrer no saibro. Com 23 vitórias no saibro (incluindo 2 jogos na Davis) e apenas 4 derrotas. Isso representa um título, dois vices e duas semifinais.

Ainda teremos 13 torneios na terra batida até o final da temporada, incluindo um Masters 1000 (Madrid) e Roland Garros. Será que Rafa irá conquistar todos que disputar? Quantos mais ficarão nas mãos dos espanhóis?

Clínica Feminina Itaim

Na última sexta-feira, dia 30 de abril, foi realizada mais uma Clínica Feminina, dessa vez no Play Tennis do Itaim. Glauco, Alan, Júlio e Marcelinho ministraram a clínica para 15 mulheres. Foram 3hrs de treino, seguido de almoço no Desfrutti. Confira as fotos na página do Play Tennis no Facebook.


Essa foi a penúltima Clínica Feminina do semestre. A última será realizada no Play Ten
nis de Moema, no dia 15 de maio. Diferentemente de todas as outras clínicas femininas, essa será realizada no sábado, a partir das 15hrs. A idéia é dar oportunidade também as mulheres que não conseguem comparecer às sextas-feiras.


E não se esqueçam que de 04 a 11 de Julho, o Play Tennis estará no Costão do Santinho, ministrando uma semana de clínica no melhor resort do Brasil. Se você já participou de uma de nossas clínicas em São Paulo e sabe o quanto é bom, não perca! Uma semana inteira de muito tênis, num local paradisíaco, conforto, diversão e pessoas bacanas. Entre em contato com o Costão do Santinho para mais informações.